Fiquei surpreso com a notícia de que o Corinthians havia providenciado diversas câmeras de TV para filmar durante todo o tempo o árbitro, sob diferentes ângulos, no jogo de domingo contra o Atlético-PR. A razão foi que queriam flagrar qualquer ofensa dita pelo mesmo contra seus jogadores, sobretudo Tevez. Em caso de dúvida, um perito procederia a leitura labial para comprovar possíveis ofensas! Fiquei até me perguntando se este perito poderia ser, por exemplo, Galvão Bueno, especialista em leituras labiais em partidas de futebol.
Hoje, porém, veio a contrapartida. Os árbitros estão pedindo uma autorização para carregar em seus bolsos gravadores em jogos do Corinthians. Isto mesmo, gravadores para gravar tudo o que os jogadores corinthianos lhes disserem durante os jogos, sobretudo o dito-cujo, Tevez.
Em época em que nos encontramos todos grampeados por PF, MP e sei lá mais o que, nada mais natural. Lembro que há algum tempo houve quem reclamasse das câmeras colocadas em ruas e praças com objetivo de filmar delitos, sob alegação de que se trata de uma invasão de privacidade. Nos estádios também já há câmeras, fixas e móveis. Ou seja, nada de dar aquela coçada no saco discreta, ou olhar fixamente para a bunda da garota que vai à sua frente, pois você poderá parar no Fantástico de domingo à noite !
Voltando ao imbróglio entre Corinthians e árbitros, imagino quais deverão ser os diálogos de agora em diante:
- Árbitro: PRRIIIIIII ! Com licença, cavalheiro, mas o senhor cometeu falta no seu colega de trabalho.
- Jogador: Perdão, vossa excelência. Não tive a intenção. Visei apenas e tão somente a bola.
- Árbitro: Entendo e lamento, cavalheiro. Porém, como o senhor é reincidente nesta partida e seu colega de trabalho foi seriamente contundido, terei que aplicar-lhe o cartão amarelo.
- Jogador: Perfeitamente, vossa excelência. Acato sua sábia decisão e prometo que tal ato não mais se repetirá.
Igor