Eu tinha prometido um post sobre a situação do rubro-negro. O fechamento me impediu de escrevê-lo mais cedo, mas faço isso hoje, um dia antes do início do campeonato brasileiro. Campeonato no qual já vivi muitas alegrias e comemorei cinco título, marca que nenhum outro clube no Brasil ostenta. Coisas do passado, esse time que hoje desfila incompetência pelos gramados do país é o ex-Flamengo. A camisa é igual, o hino é o mesmo, mas o Mengão, paixão nacional, que ganhou tudo na década de 80 e sempre foi mais do que um clube de futebol -- era um modo de ver e viver a vida -- parece não existir mais. Eu continuo vivendo em rubro-negro, continuo apaixonado por essa força da natureza chamada Flamengo (como dizia nosso patrono Nelson Rodrigues), mas temo que o objeto de meu amor exista apenas na minha lembrança e se mantenha vivo somente no meu sentimento. O campeonato começa amanhã e eu acho que a briga contra o rebaixamento vai ser mais cruel e dolorosa que nos últimos anos. E temo que o final seja mais infeliz. Torço pelo contrário, mas já vejo o Mengão na série B em 2006. Alguns fatos me fazem pensar assim. Nem preciso falar do time, que é horroroso e todo mundo já sabe. Vou enumerar outros fatos que podem ter escapado à observação de quem não acompanha a rotina do clube.
-- a demissão do cuca demonstrou mais uma vez que o profissionalismo não é bem vindo na gávea. o cara botou todo mundo pra correr em tempo integral. médicos, que têm mais o que fazer em suas clínicas particulares, reclamaram, afinal o número de lesionados poderia subir com tanto trabalho. preparadores físicos acharam ruim e os jogadores, acostumados à vida boa, chiaram também. o presidente marcio braga disse que os "profissionais" da gávea são intocáveis e que o novo técnico vai ter de se adaptar a eles. ou seja, a incompetência e o amadorismo venceram.
-- o anderson barros é o diretor de futebol que assumiu no lugar do junior. um de seus melhores amigos é o agente da fifa eduardo uram, que tem mais de 20 jogadores no elenco do Flamengo. pra jogar na gávea, só pelas mãos do uram. pra sair de lá, também. o ibson é atleta dele, por exemplo. muitos juniores também são empresariados pelo cara. não se espantem com escalações ridículas, de nomes desconhecidos. fazem parte da política de valorização da prata da casa uram. seus jogadores são protegidos e não saem do time nem se baterem na mãe do marcio braga. cuca quis barrar o jônatas por indisciplina e todos sabem quem levou a pior.
-- junior e jônatas acham que são craques. como são intocáveis do uram, vão ficando no time, por mais que rebolem e dêem toquinhos ridículos pro lado. podem até ser bons jogadores, mas precisam de humildade, coisa que não vão ter enquanto forem os queridinhos da turma que manda no futebol do Flamengo
-- por conta disso, há má vontade dos jovens com os jogadores de que vieram de fora. por incrível que pareça, junior baiano é a consciência crítica do time e já apontou o racha no elenco. ninguém foi punido e as brigas continuam no vestiário.
O que mais me entristece é o fato de que, esse ano, os salários estão em dia e o patrocínio da petrobras foi normalidado. Ou seja, as desculpas do ano passado não colariam. Tínhamos tudo pra ter um ano mais tranquilo, ainda que sem grandes conquistas, mas de arrumação, pelo menos. Só que o amadorismo venceu e todo mundo sabe que, em campeonato de pontos corridos, os amadores morrem no final. Bom campeonato pra vcs, divirtam-se. Eu vou sofrer.