O futebol pede humildade
Estava com saudades de escrever uma crônica.
O futebol pede humildade.
Se na semana passada exigimos que os argentinos fossem um pouco mais humildes na forma como tratar nossos jogadores, nesta foram os uruguaios que nos lançaram o desafio. "Pentacampeõs mundiais? Robinho é o melhor do mundo? Podem até achar." E eles nem se importam com o que pensamos ou deixamos de pensar. Eles jogam futebol e foram mandantes do jogo Danúbio x Santos. Como se dissessem "vocês podem chamar isso aqui de campo de várzea, mas é a nossa realidade e não serão os europeus ou os americanos a nos impor valores. Nem vocês. Se vocês acham que isso aqui é campo de várzea, não há problema para nós. Vamos jogar futebol.
E quem não tinha entendido o que Pelé queria dizer quando falou para o Robinho ser humilde, ganhou uma nova oportunidade. Gramado esburacado e irregular, torcida em cima, vestiário de cimentão, água gelada onde deveria haver um chuveiro... Isso mesmo, assim como era no Brasil há poucos anos ou nem tão poucos assim, mas uma realidade que também temos por aqui. Ah, sim. E com o bandeira não fazendo média, não: duas jogadas duvidosas, dois gols anulados. Assim assim.
E o Santos não reclamou. Foi jogar bola. Dominou a partida, apesar de sofrer aquele gol, praticamente contra. Não se abalou e continuou no ataque. Com calma. Basílio entrou, mostrou que ainda está em forma e pronto para brilhar onde quer que seja, inclusive no CMTC Clube, se marcarem um jogo do Santos para lá. Um cruzamento dele acabou na cabeça de Deivid que, veja só, vibrou muito na comemoração. Mostrou que estava precisando desse gol e por isso o procurou o tempo todo. Jogou muito, com calma e armando ataques com bons dribles, que nos fez confundi-lo com o Robinho. Comemorou com os punhos cerrados. Vê só.
No segundo gol, Basílio matou a bola no peito com uma categoria tal, que eu vou parar por aqui. Quase sem deixar a bola cair no chão, cruzou firme para Robinho ou um outro desses... desses santistas bronzeados. O atacante Rizzo tentou cortar ou então se traiu querendo fazer parte de um ataque tão harmônico.
Fiquei em dúvida se os uruguaios tinham avisado que na saída de campo o time do Santos seria agredido com galões d´água e pressionado a deixar o gramado com urgência. Acho que os danúbios azuis não aceitaram pensar que poderiam perder. Os satistas pareceram ter pensado. E parece que chegaram à conclusão de que seria melhor vencer a partida. E conseguiram.
E só vou acreditar na eficiência de estatísticas no futebol quando puder contar quantos cartões amarelos e vermelhos foram mostrados para jogadores que fizeram falta no lateral-esquerdo Léo, do Santos. E em Paulo César, então?
Não é qualquer um que toca nesse time do Santos, não.
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