quinta-feira, julho 22, 2004

UM PONTO DE VISTA

Fazendo uso da democracia que impera neste blog, vou externar ao grupo um pensamento bastante polêmico meu. Podem me xingar à vontade, pois já estou acostumado. É que prefiro ser xingado a omitir o que penso, e simplesmente não suporto mais este papo de seleção brasileira de futebol.

Reproduzo abaixo o que escrevi a um outro grupo de amigos palmeirenses e corneteiros como eu, mas que querem me esfolar vivo pelo que escrevi. É o que penso. Segue o texto:

Será que se um dia eu for morar fora do Brasil eu passarei a torcer pela seleção de futebol? Pode até ser, por causa da saudade de casa. E também porque, morando longe, a gente não tenha que aturar um Galvão Bueno a cada final de semana, nem ouvir as declarações ridículas de um Parreira, um Ricardo Teixeira, nem sentir de perto a verdadeira safadeza que envolve o mercado de jogadores aqui no Brasil, em que empresários, técnicos e clubes forçam as convocações de qualquer Zé Mané só para valorizá-lo e depois vendê-lo para fora.
 
Talvez a gente não sinta tanto o quanto a grande maioria dos jogos da seleção sirvam apenas para encher os cofres da CBF e dos patrocinadores, mesmo que ferrando os clubes que pagam os salários e ficam sem seus jogadores. Talvez também a gente não sinta tanta raiva ao ver o quanto uma Nike é responsável tanto por convocação quanto por escalação de jogador.
 
Enfim, talvez a gente não se sinta como eu me sinto, com um enorme nariz vermelho de borracha na cara, cada vez que se fala em seleção. Ressalto que a seleção de futebol é a única para a qual eu não torço, ou melhor, torço contra, na verdade. Quero mais é que se ferrem mesmo (e sou Argentina desde criancinha nesta final, podem me xingar à vontade).
 
Talvez eu esteja velho, é isso. Houve um bom tempo em que meu pai me dizia tudo isso e eu me revoltava contra ele. É que a pouca idade me fazia ir apenas pelo lado da paixão pelo futebol. Hoje, sou eu quem pensa assim. Felizmente, o Brasil ainda tem muitas outras seleções e atletas, gente humilde que ama de fato as cores do país, e o defendem mesmo sem o menor apoio de governo, de mídia ou de patrocinadores. Gente como o nosso pessoal da ginástica, do atletismo, do judô, da vela, da natação, e também de esportes coletivos como basquete, vôlei, handebol e outros. Para estes eu tiro o meu chapéu, torço muito e me emociono. Para aquele bando de mercenários do futebol, NÃO !
 
Que alegria poder assistir à Olimpíada de Atenas deste ano sem a infecção causada pelo futebol. Sim, porque aqui, para a Rede Bobo e outras, pouco importa o que as dezenas de outros atletas fariam lá, o importante seria conseguir a famigerada medalha de ouro inédita na Olimpíada. Se fosse a única, já estariam felizes. O resto do esporte não importa!
 
Igor
 

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