Morreu nesta madrugada, aos 84 anos, no Rio, Jair da Rosa Pinto, o Jajá de Barra Mansa. Jair teve o privilégio de jogar na maioria dos grandes clubes de RJ e SP. No Palmeiras ele jogou por 6 anos e foi um dos que nos deram a nossa maior conquista: a Copa Rio de 51, o primeiro Mundial de Clubes que até hoje, não sei o motivo, não foi reconhecido pela FIFA.
Claro, eu não tive o prazer de vê-lo jogar pelo Palmeiras. Meu pai viu e foi seu fã de carteirinha. Jair era um meia de canelas finas que batia faltas como poucos, tinha uma verdadeira bomba no pé. Um ex-goleiro da Lusa, certa vez, contou um episódio interessante ao meu pai. Disse que num Palmeiras e Portuguesa, no Pacaembu, houve uma falta a favor do Palmeiras lá do meio da rua. Vendo a distância, ele não quis barreira. Ouviu o apito do juiz, viu Jair correr em direção à bola e ouviu o barulho do chute. Após isso, só ouviu GOOOOOL, olhou para as redes e viu a bola no fundo do gol. Disse ele ao meu pai: "juro como não vi por onde aquela bola entrou!"
Se não o vi em campo pelo Palmeiras, tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente em São Lourenço, estância do Sul de Minas, onde costumo ir. Jair era frequentador assíduo da cidade. Há cerca de uns 10 ou 15 anos, não me lembro bem, eu o vi bater bola com gente bem mais nova que ele no Parque das Águas. Na época Jair já tinha mais de 70 anos, sem dúvida.
Como todo carioca Jair era extremamente simpático e ótimo de prosa. Bater papo com ele e ouvir suas histórias foi, sem dúvida alguma, um privilégio. Tenho certeza de que São Lourenço, seus habitantes e todos aqueles que como eu amam o futebol, estão muito tristes hoje.
Infelizmente meu clube não é muito de fazer homenagens a ex-ídolos. Por isso duvido que tenha mandado algum representante ao cemitério do Caju com uma bandeira do Palmeiras para homenageá-lo. Por isso, isoladamente e somente aos amigos deste blog, mas sem deixar de fazê-lo, faço aqui uma homenagem ao grande Jair da Rosa Pinto. Obrigado pela Copa Rio de 51, por todos os outros títulos, e pelos momentos de bate-papo na querida São Lourenço.
Igor