terça-feira, julho 06, 2004

VIDA DE BOLEIRO...

Não é à toa que, na primeira oportunidade de ganhar em dólar ou euro, os caras puxam o carro, ainda que seja para o futebol do Afeganistão. Vejam na matéria abaixo a rotina do Kahê, o nosso novo camisa 9. Pouquíssimos têm a sorte de nascer em família de classe média alta, como Kaká e Caio. A grande massa de jogadores rala prá caramba!

Igor

Kahê ainda volta para casa de trem e ônibus


JORGE NICOLA


Artilheiro já trabalhou até como boy
Aos poucos, o atacante palmeirense Kahê vai se acostumando às novidades de se tornar uma pessoa conhecida. Mas a popularidade repentina ainda não foi suficiente para melhorar sua condição financeira. E sem carro próprio, a esperança de gols do Verdão vai e volta dos treinos como um trabalhador comum: “Pego ônibus e trem”, conta o camisa 9, autor de um dos gols na vitória sobre o Paraná por 2 a 1, anteontem.

Enquanto os companheiros deixam o CT alviverde em possantes carros importados, Kahê tem de andar a pé cerca de dois quilômetros até chegar à estação de trem. E até o bairro onde mora, na Zona Sul de São Paulo, ele leva quase duas horas. “Minha casa é longe pra caramba”, reconhece.

Mas o principal candidato a sucessor de Vágner Love às vezes consegue escapar do transporte público. “Quando meu pai empresta o carro, venho e volto mais tranqüilo.” Nascido na Capital, o atacante tem 21 anos e divide com o pai a responsabilidade de sustentar a casa. “Moro com meu filho, minha esposa, meus pais e irmãos. E dou duro desde pequeno para ajudar no possível.”

Enquanto apenas sonhava com a chance de um dia se tornar jogador profissional, Kahê trabalhava como boy no Centro de São Paulo. “Entrava às 8 da manhã e só saía às cinco e meia da tarde”, relembra. “Ganhava R$ 250 e me virava comendo dogão e carne grega, que custavam só R$ 0,50.”

Depois do expediente ele ainda ia para a escola. “Só tinha tempo para jogar bola de fim de semana. Eu era de uma escolinha e mesmo tendo faltado nos treinos era sempre titular nas partidas de sábado”, recorda Kahê, com um largo sorriso no rosto.

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