O FLAMENGO MORREU
Sim, senhores. O Flamengo morreu. O Flamengo que todos nós conhecemos não existe mais. Talvez todos já soubessem disso, talvez o cadáver já restasse insepulto há algum tempo, mas a torcida do Flamengo teimava em acreditar que era apenas moribundo, jamais morto.
Havia ainda a esperança de ver um Rondinelli rasgando a área e acertando a cabeçada fatal. Havia ainda a esperança de que a maior torcida do Brasil fosse capaz de levar um time à vitória. Havia ainda a esperança de que, tomados por um espírito superior -- enxergado no vermelho e preto por muitos cronistas --, os jogadores pudessem superar suas limitações e vencer jogos impossíveis. Nada disso existe mais. Hoje o Flamengo não vence nem os jogos possíveis. É o fim de um mito, de uma era, de um sonho.
Sou agora um torcedor diferente. As certezas de menino, que eu ainda tentava manter vivas, hoje são nada. Talvez tenha sido ingênuo. E quem não é, diante de uma paixão incontrolável? Mas finalmente percebi que a convicção de nossa superioridade, às vezes sobrenatural, não resiste nem ao time do Santo André.
Aquele Flamengo que todos nós conhecemos não existe mais. Talvez todos já soubessem disso, menos eu. Agora eu sei.
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