ACABOU A DISCUSSÃO!

Coluna de Roberto Assaf, publicada no Lance! de hoje, informa que a Fifa finalmente reconheceu os títulos mundiais de Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo, conquistados com méritos na disputa contra os campeões europeus em Tóquio. Nada mais justo e correto. Parabéns aos campeões mundiais, clubes que fizeram por merecer a presença em tão seleto grupo. Abaixo a coluna do Assaf.

Campeões do mundo, sim senhor

ROBERTO ASSAF


A Fifa resolveu enfim reconhecer o óbvio: Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo são campeões mundiais.
Tratava-se de uma situação no mínimo interessante.

Depois que o Rubro-Negro conquistou o seu título, em 1981, todos os clubes passaram a falar, em início de temporada, em "Projeto Tóquio". Aí o rival ganhava e os adversários desconversavam. E pior: ficavam falando que o título não valia nada porque a Fifa não considerava tal disputa como oficial.

Ora, que ridículo. O Santos de Pelé, maior time de futebol de todos os tempos, foi bi mundial, derrotando, respectivamente, o Benfica de Eusébio e o Milan de Rivera, e isso não tinha importância. O Flamengo enfrentou o Liverpool - quatro vezes campeão da Europa entre 1977 e 1984, e que naquele ano de 1981 havia vencido o poderoso Real Madrid por 1 a 0 numa partida dramática em Paris -, deu um autêntico baile nos ingleses, e isso não valeu nada. O Grêmio fez um esforço extraordinário para superar o Hamburgo, na partida da vida de Renato Gaúcho, e isso deveria passar despercebido. E o São Paulo bateu outros dois poderosos, primeiro o Barcelona, depois o Milan, consagrando Telê Santana, Raí e toda uma geração, e isso mereceria no máximo um registro.

Mais ridículo é saber que alguns clubes, como o Cruzeiro, em 1997, o Vasco, em 1998, e o Palmeiras, em 1999, dedicaram os seus segundos semestres daqueles anos ao "Projeto Tóquio", preparando-se para os duelos com os europeus com muita antecedência, e, depois que perderam, passaram a querer ridicularizar os títulos dos rivais. Um dia isso teria que acabar. Acabou. Pena que tenha demorado.