segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Acaso ou tendência?

Caríssimos idiotas,
me parece que daqui para a frente, tudo será deferente.

Será exigido que cada clube tenha plena consciência da condição de seu elenco para programar onde poderá chegar naquele ano. Se tecnica, física e financeiramente o clube acreditar que tem condições de ser campeão Brasileiro da Série A ou B, toda a programação física terá de ser feita para o time alcançar o seu auge no final do ano. Digo: o Flamengo, campeão da Taça Guanabara e do Estadual, além de finalista da Copa do Brasil, e o Vasco, campeão da Taça Rio e vice-estadual brigaram para não cair no Brasileiro do ano passado. Não é só ruindade: tem questões físicas e emocionais envolvidas (certo, além de táticas, de comprometimento, de união do "grupo"). Se eles estivessem bem preparados agora, correriam o mesmo risco no final deste ano.

O Magrão disse ontem que o maior erro do Palmeiras foi pensar apenas na Libertadores, pois agora, estão sendo cobrados pelo Paulista. Terá sido mesmo um erro? Talvez. A pressão pelos fracassos no Paulista podem comproter o emocional dos jogadores. Com uma equipe realmente limitada, as chances de vencer um mata-mata aumentam se estiverem bem preparadas fisicamente. O Flamengo chegou à final da Copa do Brasil nos últimos dois anos. Não seria o caso de no início da temporada divulgar que o Paulista seria utilizado apenas para preparar a equipe para a Libertadores? Claro, todos os times querem a Libertadores, mas só um vai ganhar. Evidentemente, como sempre, a maioria dos competidores perde. E ganha quem se prepara melhor de uma série de formas. Tantas variáveis que acabamos acreditando até mesmo em destino ("não era o dia deles...", "podiam ficar chutando até amanhã que a bola não ia entrar...")

O São Paulo e o Santos não chegaram no Paulista do ano passado. O São Paulo, nem nas semifinais. O Paulista e o São Caetano atropelaram no Paulista. A semifinal São Caetano x Santos mostrou o desnível físico entre o elenco dos dois clubes. Os grandes deram tudo na Libertadores e no Brasileiro.

Como o nível do Paulista é baixo, estão se dando bem, mas o que vale é a Libertadores. O São Paulo está bem preparado, além de ter um time muito unido, com um banco de reservas de bom nível. O Santos deu tudo contra o Corinthians e se deu mal nos dois jogos seguintes, Libertadores na altitude e Ituano. E parece ter feito o certo, já que a vitória sobre o Corinthians ter rendido muito em imagem para o clube. Robinho, tabu em cima dos Galáticos...

Os Estaduais são mais atraentes para Americano, Cabofriense, Ituano, Mogi Mirim, Paulista, Santo André, Volta Redonda... O Brasileiro da Série C, que o Americano disputa, começa só em agosto. Em março do ano seguinte, estarão em oito meses de atividade. É o tempo que dura o Brasileiro da Série A, que acaba em novembro neste ano... Então, é natural que o Americano em fevereiro esteja em melhor nível técnico (resumindo assim) que os grandes.

Acho que vivemos o início de uma tendência: clubes pequenos, mas bem estruturados, claro, se dando bem nos Estaduais e até na Copa do Brasil, se continuar a ser disputada apenas no primeiro semestre e os clubes grandes se preparando para realmente disputarem o Brasileiro e, em conseqüência, a Libertadores do ano seguinte.

E os clubes médios definindo onde poderão ter mais sucesso naquele ano, enquanto vão montando equipes melhores, até poderem mudar de patamar: montam time para o Estadual até se fortalecerem a ponto de brigar pelo Brasileiro do ano seguinte.

Enfim, serão obrigadas a se planejar de verdade. E o torcedor e a imprensa terão de aceitar um fato simples: é impossível ganhar tudo todo ano. E será melhor ganhar o Estadual de vez em quando do que não ganhar nada sempre.

Isso porque não basta mais ficar entre os oito no final de novembro. Então, não adianta mais ter dois momentos de pico no ano.

Muito mal comparando, se o Guga se preparar para a "temporada de saibro", que culmina com Roland Garros, terá mais chance de vencer do que quem se prepara para estar no auge na grama de Wimbledon ou para o cimento da Austrália. A não ser que dispute bem um ano e desapareça no ano seguinte ou algo assim.

Um judoca faz sua preparação visando o que tem chance real de ganhar: se tem nível olímpico, se prepara para os Mundiais e os Jogos Olímpicos, que não acontecem no mesmo ano.

A diferença no futebol é que os times são desmontados de ano para o outro, o que anula todo esse raciocínio. Mas aí, ganha quem mantém a equipe ou a base, pelo menos, que foi o que aconteceu com o Santos e o São Paulo.

Gostaria de publicar uma matéria sobre isso...

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