O jogo que não queria acontecer
Existem jogos que não querem ser disputados. Sim, porque diferentemente do que pensam muitos, o jogo em si tem vontade própria, que vai além do desejo de cada jogador. É só ver o gol que o Diego Tardelli perdeu ontem. O gol todo aberto e ele chutou em um lugar onde o goleiro conseguiu chegar a tempo. Típico lance que acontece independentemente de vontade. É jogo decidindo quem pode e quem não pode brilhar. Esse São Paulo @ Santos, por exemplo. Poderia ter acontecido no Campeonato Paulista, mas o São Paulo foi eliminado pelo São Caetano. Poderia ter acontecido na Libertadores, mas o Santos foi eliminado antes pelo Once Caldas.
Dizem até que antes desse clássico do primeiro turno do Brasileiro, vencido pelo Santos em uma cobrança de falta depois do último minuto de jogo, uma pendenga sobre se o Ricardinho poderia fazer gol na partida ou não foi parar na justiça e quase que esse jogo também não se realiza. A discussão era "tudo bem, vocês podem usar o Ricardinho, mas gol dele não vale. Pode passar para alguém marcar, mas fazer gol direto, não". Acabou do jeito que a gente sabe.
Desde que perdeu para o Santos a classificação às quartas-de-final do Brasileiro de 2002, quando foi o melhor time da fase de classificação, o mundo tricolor ficou mais turvo do que rubro e viveu vários ciclos. De lá para cá, escureceu um pouco mais ao perder a final do Paulista do ano passado para o Corinthians, e mais ainda ao ter sido eliminado pelo São Caetano do Paulista deste ano. A eliminação da Libertadores só acompanhou o destino, que fechava a porta de mais um mundo destruído. Terra arrasada, que agora começa a ver nascer novos brotos.
De lá para cá, o São Paulo foi obrigado a procurar outro treinador e chamou um linha dura que teve coração mole para não podar -- e sim investir em -- um talento como Robinho, por exemplo. "A irresponsabilidade ofensiva eu até aceito", diz Leão, agora no Tricolor. Como o São Paulo revela jogadores com a mesma freqüência com que chega a finais de campeonato, será uma boa oportunidade para Leão mostrar se realmente reciclou a sua carreira para trabalhar com uma nova geração de jogadores.
No final de semana passado o São Paulo exorcizou o Corinthians. Quase que os dois vão juntos para a tumba, mas acabou dando certo. Essa vitória nos pênaltis contra o São Caetano encerrou o ciclo iniciado na eliminação do Paulista. E, agora, vai finalmente acontecer o jogo que não queria acontecer.
Não foi no Paulista, não foi na Libertadores, vai ser na Sul-Americana.
Foi em 2002 que Diego subiu no distintivo do Tricolor ao empatar um jogo que acabou perdendo por 2 x 3. De lá para cá, o clássico nem queria acontecer. Mas quando acontece...
Esse tinha tudo para não acontecer. Tinha um bandeira lá no Rio de Janeiro que realmente não queria ver gol do Santos. Apontou um impedimento tão inexistente que fez torcedores santistas chegarem mais perto da TV para terem certeza de que não era o Márcio Rezende de Freitas. Suspeita-se que não era. Fez o que pôde, mas não foi o suficiente.
Dizem que foi ele quem cortou a rede para parecer que a bola tinha ido fora.
No Rio, a rede estava furada...
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