Rogério Ceni definitivo
Tá na Coluna do Juca Kfouri de Hoje:
UMA PROMESSA para não ser cumprida: nunca mais falar de Rogério Ceni. Porque se ponha no lugar dele: imagine-se falhando como ele falhou num jogo decisivo como aconteceu diante do Internacional. Como você se comportaria no jogo seguinte? No mínimo, eu suponho, discretamente. Tentaria pegar todas as bolas que fossem ao seu gol e trataria de não querer aparecer demais, para não brincar com a sorte. Pois bem. Eis que a exemplo do Morumbi e do Beira-Rio, o Mineirão vira palco de um grande jogo, admirável mesmo, com os dois times em busca da vitória e com belos lances se alternando. De cara, Fábio, o goleiro do Cruzeiro, realiza ótima defesa em cabeçada de Aloísio. O arqueiro cruzeirense, aliás, será o segundo melhor jogador em campo, autor de mais três defesas impressionantes, duas delas nos últimos minutos da partida, quando o São Paulo quase venceu. Eis que no contra-ataque da primeira grande intervenção de Fábio, uma bola cruzada é desviada pelo zagueiro tricolor Alex Silva e engana Rogério: 1 a 0. O São Paulo continua no ataque, tem o domínio do jogo, mas, em novo rápido contra-ataque, os mineiros fazem 2 a 0 e parecem decretar: de fato, a sorte do São Paulo mudou. Pior: pênalti para o Cruzeiro. O competente Wagner bate e... Rogério Ceni defende. Tudo bem, ele é pago para isso. Em seguida, falta para o São Paulo. Quem vai bater? Rogério Ceni não se omite. Bate. E marca. Marca seu gol de número 63 na carreira, ultrapassa o paraguaio Chilavert. Não passa muito tempo e ele não só faz uma defesa dificílima como evita, no desvio certeiro, que a bola sobre para outro atacante adversário fazer 3 a 1. Mas o fato é que o São Paulo volta ao jogo com a diminuição da diferença e ainda quase empata no fim do primeiro tempo. Vem o segundo tempo, sem a mesma velocidade dos primeiros 45 minutos, porque seria impossível, mas ainda assim muito bom, empolgante, vivo. Aloísio sofre pênalti. Quem vai bater? Pense bem. Você falhou na quarta-feira, você já pegou um pênalti e marcou um gol de falta. Você, além do mais, está compreensivelmente de farol baixo pela perda de um jovem amigo que você mesmo preparava para ser seu eventual substituto, até nas cobranças de falta. Será que você não pensaria: "Já dei minha cota por hoje, se perder o pênalti, posso estragar tudo, tem gente aí capaz de batê-lo"? Mas não. Rogério bate com perfeição e empata o jogo. 2 a 2. Não satisfeito, faz mais uma defesa difícil no fim da partida e garante um empate com sabor especial. Daí a razão da promessa, que certamente não será cumprida, e a pergunta inevitável: falar de Rogério Ceni mais o quê?
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