FIORI GIGLIOTI
Infelizmente morreu o narrador de frases como "agüeeeenta coração", "crepúsculo de jogo, torcida brasileira" e "abrem-se as cortinas e começa o espetáculo". O Fiori Giglioti foi o primeiro narrador esportivo que ouvi, quando comecei a ouvir jogos do Palmeiras pelo rádio. Eu tinha uns 8 anos e ele narrava pela Bandeirantes AM.
Uma das primeiras coisas que me vem à memória é a final do Paulista de 74, quando o o Palmeiras venceu o Corinthians com um gol de Ronaldo. Eu ouvia pelo rádio com o meu pai, e o Fiori disse algo como "gente chorando, gente sorrindo, gente desmaiando, torcida brasileira", quando o jogo acabou.
O cara morreu novo, para os padrões atuais. Com 77 anos ele ainda teria lenha para queimar. Pena que foi tão cedo. É mais um da velha guarda da crônica esportiva que vai deixar saudade, de um tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, em que os jogadores tinham identificação, afinidade e até amor pelos clubes que defendiam, e que os torcedores iam para o estádio ver futebol apenas.
Fica meu registro de pesar.
Igor
3 Comentários:
Certa vez entrevistei o Fiori pela TV Cultura. Foi na copa passada, naquelas matérias absurdas que as emissoras pobres fazem do Brasil tentando cobrir a Copa de algum jeito. Ele estava na Rádio Record, já sem o mesmo brilho de uma emissora líder de rádio. Mesmo assim era uma pessoa extremamente simpática. Sou da época do Osmar Santos, não cheguei a acompanhar a carreira do Fiori como ouvinte, mas reconheço a importância dele para o Futebol. Que descanse em paz.
Fiori e Osmar foram contemporâneos, sim. No início. Fiori pela Bandeirantes, Osmar pela Jovem Pan. Depois, Osmar foi para a Rádio Globo, onde se agigantou de vez. A Jovem Pan veio a se destacar um bom tempo depois, com o Silvério.
Quando surgiu o Osmar, na Globo, eu passei a ouvir Globo. Achava o Osmar mais descontraído, gostava das brincadeiras, das vinhetas, do ripa na chulipa e pimba na gorduchinha. A Bandeirantes não havia se modernizado, e a garotada da época acabava preferindo o Osmar Santos, o Oscar Ulisses e o Osvaldo Maciel, todos da Globo.
Foi uma época duríssima de fila sem títulos, mas eu ouvia tudo o que vocês possam imaginar...
Puro masoquismo, diriam alguns.\
Igor
Hoje aqui na redação ouvi mais uma do Fiori. Quando trabalhava na Band ele tinha um caso com uma maquiadora, com quem teve até um filho. Aí o pessoal pegava uma nota de cem na mão e perguntava: Você tem duas de cinquenta? Não? O Fiori tem.
Genial!!!
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