A QUE PONTO CHEGOU A COISA...

Amigos

Aqui vai mais uma história, com H, que aconteceu na minha família e que espelha bem o que se passava com os "oriundi" na época da guerra. Meu pai era o caçula entre 4 irmãos. Dos mais velhos, o saudoso tio Augusto era o primeiro, e havia nascido na Itália. Os demais eram brasileiros: Antonio, também falecido, Artemio e meu pai, Fiorindo, ainda vivos, graças a Deus.

Todos, exceto meu pai que ainda era muito pequeno, torciam para o Palestra Itália, claro. Porém, por força da guerra e de toda a perseguição que havia aos italianos aqui, algum deles - que não sei quem foi - sugeriu que eles passassem a torcer pelo São Paulo ! Houve uma tremenda confusão entre os irmãos, um bate-boca para saber se deveriam ou não mudar de time, vejam só! Meu tio Augusto foi totalmente contra, dizendo que, como "italianos", deveriam continuar a torcer pelo então Palmeiras. A quem coube a decisão? Ao caçula, meu pai, que tinha algo em torno de 7 anos, se não me engano. E meu pai não amarelou: "SEREMOS TODOS PALMEIRENSES".

O mais legal da história é que os 4 foram palmeirenses por toda a vida, assim como seus filhos. Meu tio Antonio tinha uma dupla paixão, digamos assim. Na sua casa havia também menções ao Flamengo, time pelo qual ele tinha especial admiração no Rio, e torcia quando o Palmeiras não estava no páreo.

Desculpem o blog piegas, mas sempre fui muito ligado nesta origem que tenho, e o Palmeiras faz parte dela. Ontem pela manhã, vesti meu filho de 1 ano com o uniforme oficial do Palmeiras, e desejei muito que ele continue com esta tradição que começou lá atrás. Ao me ouvir gritar "gol do Palmeiras" quando ele chuta a bola, ele já levanta os braços e ri.

É isso que eu acho mais bonito no futebol, a paixão que cada torcedor tem pelo seu clube. Prefiro uma boa discussão com um adversário fanático - no bom sentido, claro - a um bate-papo com um daqueles torcedores que nem sabem quando seu time foi campeão pela última vez. É por isso que curto esse blog !

Igor