Todos ficaram saturados com a história da pobre Terri Schiavo, que vegetou por longos anos até que a Justiça resolvesse por bem colocar um fim àquela vida (?) indigna. O que esteve por trás de tudo aquilo, porém, foi um nojento jogo de interesses, de proporções políticas inacreditáveis. Algo que caberia perfeitamente em um romance do John Grisham. A vida que estava presa àquela cama nada significava, o que importava era quem, entre republicanos e democratas, advogados e juízes, conseguiria capitalizar mais sobre o caso.
E o caso Grafite? Embora seja um caso totalmente distinto, ele tem algo em comum com o da americana. É incrível a oportunidade que um monte de gente está vendo de aparecer e de se beneficiar. Discursos inflamados estão pipocando aqui e acolá. É vereador, é secretário disso e daquilo, é deputado, é senador, é todo mundo querendo pegar uma carona. Talvez não tenha sido coincidência o fato de que o Lula pediu desculpas, ontem no Senegal, pela escravidão no Brasil.
Acho que o Gabriel fala em tom de brincadeira - pelo menos espero que sim - mas não tenho dúvidas de que deve ter muita gente no SPFC querendo realmente transformar o clube no ícone maior da cruzada contra o racismo! Afinal, nas últimas horas o clube apareceu em todas as páginas de internet, jornal e TV do mundo. Um nível de exposição que o clube jamais teria mesmo que estivesse disputando a final em Tóquio.
Que um montão de gente vai se beneficiar do caso, não tenho dúvida alguma. E que a grande massa da população não vai notar isto, também é óbvio. Espero que, pelo menos, o caso sirva de fato para de alguma forma minimizar esta vergonha chamada discriminação racial. E espero que o Grafite não seja apenas um detalhe nisso tudo. Aliás, se eu fosse ele, aproveitaria para pedir alguns milhões a mais ao São Paulo pelos direitos de imagem.
Igor
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